segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Autoridades iranianas lançam novo raide contra Bahá’ís

Ontem (15 de Novembro), durante a manhã, vários agentes do Ministério da Informação do Irão prenderam 20 Bahá’ís em Teerão, Isfahan e Mashad. Durante esta operação também foram encerrados, na província de Mazandaran (norte do Irão), vários estabelecimentos comerciais pertencentes a Bahá’ís.


Segundo o site IranWire, entre os detidos encontra-se Nakisa Hajipour, que foi detida na estação de caminho-de-ferro de Mashad, depois dos agentes do Ministério terem ido a sua casa com um mandado de captura e lhes ter sido dito que ela ia viajar. Em Mashad também foram detidos Nika Pakzadan, Faraneh Daneshgari, Sanaz Eshaghi e Naghmeh Zabihian. Estas detenções ocorreram nas respectivas residências.

Em Isfahan, os agentes prenderam Yeganeh Agahi, Adib Janamian, Keyvan Nikaeen, Parvin Nikaeen, Vahid Karami, Arshia Rouhani e Zarin Agha-Babaee. Também foram detidos Sahab Rouhani and Matin Janamian, mas foram libertados após algumas horas. Em Teerão foram detidos Helia Moshtagh, Negar Bagheri-Tari, Sahba Farnoush, Nava Monjazeb, Yavar Haghighat e Navid Aghdasi

Navid Aghdasi é primo de Attollah Rezvani, assassinado há dois anos na cidade costeira de Bandar Abbas. Navid Aghdasi acompanhou activamente o caso do seu primo e falou à comunicação social sobre o assunto. Consequentemente, foi ameaçado várias vezes e nos meses recentes as paredes da sua casa foram vandalizadas com inscrições ameaçadoras.

Por enquanto nada se sabe sobre as acusações contra estes Bahá’ís. As suas famílias não foram informadas dos seus paradeiros. Segundo algumas fontes, é provável que tenham sido enviados para os centros de detenção do Ministério da Informação nas respectivas cidades.

No mesmo dia destas detenções, o Gabinete de Espaços Públicos, na província de Mazandaran encerrou e selou 23 estabelecimentos comerciais pertencentes a Bahá’ís, nas cidades de Sari, Ghaem Shahr, Tonekabon e Babolsar.

Esta acção segue-se ao encerramento dos estabelecimentos no dia 14 de Novembro, um feriado religioso para os Bahá’ís. No passado, as autoridades protestaram por os estabelecimentos estarem fechados nos feriados religiosos Baha’is, ameaçando com o seu encerramento caso não cumprissem o mesmo horário de funcionamento que outros estabelecimentos não-bahá’ís.

Dois dias antes do encerramento dos estabelecimentos em Mazandaran, as autoridades já tinham encerrado todos os estabelecimentos Bahá’ís na cidade de Rafsanjani, no sudeste da província de Kerman. Os estabelecimentos encerados são lojas que vendem cosméticos, artigos de saúde, instrumentos musicais, óculos, roupas, pneus e brinquedos; outros estabelecimentos ofereciam serviços de manutenção de frigoríficos, fotografia e fotocópias.

Lojas e escritórios não receberam qualquer aviso prévio sobre o encerramento. Em alguns casos só tiveram conhecimento da operação algumas horas depois. A cidade de Babolsar foi a excepção; ali os estabelecimentos Bahá’ís continuam abertos. A natureza simultânea das operações e dos encerramentos sugerem que se tratou de uma operação coordenada e planeada pelo Ministério da Informação do presidente Rouhani.

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FONTE: Authorities Launch New Crackdown on Bahá’ís (IranWire)


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