quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Iémen acusa Bahá’í de tentar converter Muçulmanos

Segundo a agência Reuters (que cita a agência de noticias iemenita Saba) as autoridades iemenitas detiveram e interrogaram um membro da Comunidade Bahá’í, acusando-o de ter contactos com Israel e de tentar estabelecer uma base para uma comunidade Bahá’í naquele país predominantemente muçulmano.

Mas a esposa do acusado e activistas locais de direitos humanos dizem que as acusações contra Hamed Merza Kamali Serostani fazem parte de uma campanha de persecutória mais ampla contra a comunidade Baha'i do Iémen e visa distrair as acusações de que o detido foi abusado pelos interrogadores durante o tempo em que esteve detido, em Dezembro de 2013.

Na segunda-feira (12-Janeiro), a agência Saba citou uma fonte judicial do gabinete do procurador, dizendo que o sr. Serostani, de 51 anos de idade, e cuja família é originária do Irão, foi preso no ano passado em al-Mukalla, capital da província de Hadramout no leste do Iémen. A acusação afirma Serostani entrou no Iémen em 1991, para tentar subornar os iemenitas a abandonar o Islão e a aderir à sua religião, que é liderada pela "Casa Universal de Justiça", sediada em Israel.

A acusação acrescenta ainda que o Sr. Serostani tentou criar uma "pátria para os seguidores da fé Baha'i" no Iémen, desenvolvendo negócios e construindo habitações para os seus seguidores árabes e asiáticos. O Sr. Serostani também foi acusado de usar um nome falso e de falsificar documentos para ficar no país e promover a sua religião através de trabalhos de caridade, incluindo aulas de alfabetização.

A sua esposa negou as acusações e afirmou que a família vivia em Socotra desde 1945, quando o pai de Serostani chegou à ilha iemenita proveniente do Irão. Trabalhou como médico ainda no período colonial britânico e mais tarde foi-lhe concedida nacionalidade iemenita.

Acrescentou que ele foi preso em 2013 e esteve detido durante nove meses pelas forças de segurança do Estado. "O meu marido foi torturado para obter confissões falsas. Pediram-lhe que trabalhasse para os serviços de informação e ameaçaram acusá-lo de contactos com Israel se ele se recusasse", disse à Reuters, acrescentando que estava preocupada com a sua família após as acusações de tentar converter muçulmanos iemenitas.

O activista dos direitos humanos iemenita Samia al-Aghbari declarou que as acusações contra Serostani faziam parte de uma política de perseguição contra os Baha'is iemenitas, que se estima serem algumas dezenas.

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FONTE: Yemen accuses Baha'i of converting Muslims and ties to Israel (Reuters)

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