segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Nasrin Sotoudeh em defesa dos Bahá’ís

Nasrin Sotoudeh, advogada de direitos humanos e prisioneira política recém-libertada, escreveu uma carta ao presidente iraniano, Hassan Rouhani, em que associou o assassinato de um Bahá’í em Bandar Abbas com uma "série de assassinatos", e colocou a seguinte questão ao presidente: "Que punição se pode esperar para o assassino deste concidadão Bahá’í, quando ele for identificado?"

E prosseguiu: " Você conhece a resposta cruel a esta questão muito melhor do que eu".

Na mesma carta, a Sra. Sotoudeh acrescenta: "Além do facto de nenhum iraniano amante da paz desejar vingança ou atiçar as chamas do ódio das massas, a criação de instrumentos jurídicos, a mudança de discurso político e uma declaração pública dos direitos das minorias religiosas são uma exigência pública”.

O texto integral da carta, foi divulgado pela Jaras News e é o seguinte:
Estimado e respeitado Presidente Rouhani

O rapto e posterior assassinato de um dos nossos concidadãos bahá'ís no início do vosso mandato como presidente recorda-nos uma série de assassinatos; é nossa expectativa que você ponha termo a este comportamento selvagem e não o deixe prosseguir.

O falecido Ataollah Rezvani e a sua família são bem conhecidos por muitos de nós devido às suas muitas adversidades e dificuldades. Eu estive na prisão com a sua irmã, e tive a honra de servir como advogada dos seus familiares… Eles não têm outra intenção que não seja o serviço à comunidade; mas muitos membros da família estiveram longos períodos de prisão ou ainda estão detidos.

Pedimos-lhe para acabar com as injustiças contra os nossos cidadãos Bahá'ís, e condenamos as declarações que levaram a esses actos chocantes e ofensivos. Pedimos-lhe que tome as medidas adequadas, em conformidade com as disposições do artigo 14º da Constituição - que obriga o governo da república islâmica e os muçulmanos a agir com uma conduta louvável e justiça islâmica para com os não-muçulmanos e a respeitar os seus direitos humanos - para garantir os direitos de cidadania das minorias religiosas e aos concidadãos bahá'ís.

Tenho uma pergunta para si, enquanto mais alta autoridade política do país: Que punição se pode esperar para o assassino deste concidadão Bahá’í, quando ele for identificado?

Você conhece a resposta cruel a esta questão muito melhor do que eu.

Além do facto de que nenhum iraniano amante da paz desejar vingança ou atiçar as chamas do ódio das massas, a criação de instrumentos jurídicos, a mudança de discurso político e uma declaração pública dos direitos das minorias religiosas são uma exigência pública.

Nasrin Sotoudeh

advogada e prisioneira política

Evin , Shahrivar 1392 (Agosto/Setembro de 2013)

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FONTE: Nasrin Sotoudeh demands the restitution of the rights of citizenship for religious minorities and Baha’is (IranPressWatch)

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